Vale a pena Investir em Criptomoedas? Reflexões sobre a Relação entre Bitcoin, a Bolha das Tulipas e a Oportunidade de Investir em Criptoativos
Será que existe relação entre a Bolha das Tulipas e surgimento das criptomoedas, com destaque para o Bitcoin?
Vale a pena investir em Criptomoedas?
Neste artigo falaremos sobre a primeira bolha especulativa do mundo e sua eventual relação com o surgimento das criptomoedas. Em seguida falaremos a nossa opinião sobre o investimento em criptomoedas.
Bolha das Tulipas
A Bolha das Tulipas, também conhecida por Tulipomania, Mania das tulipas, Febre da tulipa, ou Crise das tulipas, foi a primeira bolha especulativa do mundo registrada pela história.
A tulipa é uma bela flor, solitária e composta por seis pétalas, de formas e cores bem variadas.
No século XVII ela era muito apreciada e bastante procurada nos Países Baixos. O aumento de sua demanda rapidamente elevou os preços das tulipas, o que tornou o seu comércio um negócio lucrativo.
Dessa forma, as tulipas se tornaram um ativo especulativo, dando surgimento a primeira bolha especulativa da história.
A ganância, acompanhada da euforia e da irracionalidade, na época, em torno da supervalorização das tulipas, foram tão grandes, que muitas pessoas vendiam até mesmo os seus imóveis com o objetivo de investir nelas.
Durante a bolha um bulbo de tulipa chegou a custar o equivalente a 24 toneladas de trigo.
Na metade da década de 1630 os bulbos de tulipas eram negociados antes de sua colheita, por meio de contratos no mercado de futuros.
Finalmente, durante o inverno de 1636 e 1637, vários investidores, por diversos motivos, tais como a prudência e a desconfiança, começaram a vender os seus “ativos”, em busca de garantir e embolsar os seus lucros.
O aumento repentino da oferta fez com que os preços da tulipas caíssem subitamente, gerando um pânico generalizado nesse mercado, e ocasionando uma corrida por parte dos investidores para o resgate de seus investimentos.
A queda brusca de preços levou muitos investidores à falência, e assim foi o fim da primeira bolha financeira da história.
Selecionamos um vídeo muito interessante do Canal History, no Youtube, que retrata a história da Bolha das Tulipas.
Veja o vídeo "Você não vai acreditar no valor das tulipas no passado! | HUMANIDADE: A HISTÓRIA DE TODOS NÓS".
As Criptomoedas
As criptomoedas são moedas digitais utilizadas como meio de troca, e compõem um sistema de pagamento independente do estado, do sistema financeiro tradicional, e dos bancos.
São geralmente descentralizadas, criptografadas, seguras, anônimas, e utilizam a tecnologia de blockchain, que em português significa cadeia de blocos, onde as transações são registradas.
Dentre as maiores criptomoedas destacam-se o Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Tether (USDT), Binance Coin (BNB) e a USD Coin (USDC).
Para negociar Bitcoin e mais de 50 criptomoedas, recomendamos a corretora Coinext.
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Bitcoin
O Bitcon foi a primeira criptomoeda da história, criada em 2009. A história de seu surgimento é acompanhada de um grande mistério.
Até hoje não se sabe a verdadeira identidade de seu criador, conhecido apenas pelo pseudônimo de Satoshi Nakamoto.
A primeira transação utilizando a criptomoeda ocorreu em 22/05/2010, por meio da compra de 2 pizzas na rede Papa John's, por cerca de US$25 cada, em troca de 10 mil bitcoins.
Essa data ficou conhecida como Bitcoin Pizza Day, e é comemorada todos os anos. Essas duas pizzas, pela cotação do bitcoin do dia 31/07/2022, custariam 466 milhões de dólares.
Em novembro de 2021, durante a máxima histórica da cotação do ativo, que atingiu 69.000 dólares, essas duas pizzas teriam custado nada menos do que 1 bilhão, trezentos e oitenta milhões de dólares.
De acordo com a base histórica do Investing, de julho de 2010, até setembro de 2021, o Bitcoin se valorizou 84.688.554,60%.
Para os investidores que queiram aprender sobre criptomoedas, com foco em blockchain e no bitcoin, sugerimos a leitura do livro “Bitcoin - A moeda na era digital”, escrito pelo economista Fernando Ulrich.
Inovações
Considerando essa valorização expressiva do Bitcoin ao longo dos anos, é natural que novas criptomoedas continuem atraindo a atenção e a ganância de investidores em busca de altos lucros.
O investimento em inovações sempre foi muito tentador, e acompanhado de entusiasmo e euforia, mas infelizmente, historicamente não trouxe bons resultados aos investidores.
Dentre as grandes inovações que já atraíram muitos investidores destacam-se o surgimento dos automóveis a combustão, da aviação comercial e da Bolha da Internet.
Porém, dentre as inúmeras empresas que surgiram nessas épocas, apenas uma pequena parte sobreviveu.
A história, e a estatística, nos mostram que não foi possível identificar a época quais seriam as opções vencedoras.
Mais uma bolha ou o futuro?
Grandes investidores, tais como o megainvestidor Warren Buffet, acreditam se tratar de uma bolha especulativa.
Durante o encontro anual da Berkshire Hathaway deste ano de 2022, Buffett voltou a criticar as criptomoedas, e disse que não investiria nesta classe porque se tratava de um tipo de ativo que não produzia nada.
Ele complementou dizendo que não pagaria nem mesmo 25 dólares por todo o bitcoin do mundo.
Buffett, enquanto segurava uma nota de 20 dólares, disse: “Os ativos, para terem valor, têm que entregar algo a alguém. E há apenas uma moeda que é aceita. Você pode inventar todo tipo de coisa. Podemos colocar moedas da Berkshire, colocar dinheiro da Berkshire, mas no final, isso é dinheiro”.
No entanto, os defensores das criptomoedas defendem suas teses de investimento alegando a sua importância enquanto reserva de valor, e de que se tratam de ativos compostos por características importantes, tais como: emissão descentralizada, não confiscáveis pelo estado, segurança, transparência, globalização, proteção contra a inflação e a desvalorização das moedas tradicionais.
Nesse contexto, é importante frisarmos que as criptomoedas não são ativos geradores de caixa. Então, métodos tradicionais de Valuation, tais como o Fluxo de Caixa Descontado, por exemplo, não podem ser aplicados. Dessa forma, o seu valor depende exclusivamente da opinião de terceiros, e do quanto estão dispostos a pagar.
Então, para que as criptomoedas continuem se valorizando é necessário que as pessoas estejam dispostas a pagar cada vez mais caro por elas.
Ressalte-se que uma característica comum em bolhas financeiras é a especulação e a crença de que as cotações do ativo em questão continuará subindo, independente do aumento de seu valor real. Os participantes acreditam que sempre poderão vender o ativo por um preço mais caro no futuro.
Neste ponto, nos últimos anos, apesar das criptomoedas já terem demonstrado importância e utilidades práticas, também apresentaram algumas características presentes em bolhas financeiras, tais como as especulações excessivas.
Dessa forma, ainda faz-se necessário que as criptomoedas vençam o teste do tempo para provarem-se como um ativo de valor, e não apenas como mais uma bolha financeira.
Recomendamos a leitura do livro "Bitcoin - A moeda na era digital", escrito pelo economista Fernando Ulrich, para aqueles que desejam entender melhor o surgimento e a importância do Bitcoin e outras criptomoedas.
O autor aborda de forma detalhada os fundamentos por trás dessa tecnologia disruptiva e seu potencial impacto no sistema financeiro.
Com uma linguagem acessível, Ulrich explora as características das criptomoedas, como a descentralização, segurança e anonimato, além de discutir seu papel como reserva de valor em um mundo cada vez mais digital.
O livro oferece uma visão abrangente sobre o assunto e pode ajudar os leitores a tomar decisões mais informadas em relação ao investimento nesse mercado em constante evolução.
Fatores Psicológicos
Não devemos subestimar o poder da mente humana em influenciar decisões que deveriam ser racionais, e em muitos casos prejudicar boas decisões sobre a alocação de capital.
A partir do medo de ficar de fora de uma grande oportunidade, surge uma das maiores armadilhas psicológicas para os investidores. Existe uma expressão em inglês para isso, conhecida por FOMO, fear of missing out.
Esse é um sentimento perigoso, que faz muitas pessoas serem atraídas e perderem muito dinheiro, principalmente em bolhas especulativas e golpes financeiros baseados em promessas de dinheiro fácil.
Para muitos, o fato de ver um amigo, ou vizinho, ganhando dinheiro fácil, são gatilhos que podem despertar ganância, insegurança e ansiedade, atraindo-os facilmente para as armadilhas e golpes financeiros, em função do FOMO.
Custo de Oportunidade
As Criptomoedas podem sim ter um papel de importante relevância econômica no futuro das sociedades, e se comprovar uma boa opção de investimento.
Mas neste caso, com essa situação se concretizando, qual seria o ativo vencedor? Como saber quais criptomoedas ainda existirão, e terão valor, daqui a 15 anos, e quais não existirão mais?
É uma tarefa difícil, pois atualmente já existem em torno de 20 mil criptomoedas. Dessa forma, o investidor que decidisse investir nesta classe de ativos teria que identificar quais teriam o maior potencial de valorização e resistiriam ao teste do tempo.
Considerando que os recursos financeiros são escassos, o bom investidor deve ser racional, e sempre levar em conta o Custo de Oportunidade. Ao investir em Bitcoin, por exemplo, é necessário abrir mão de investir em outras criptomoedas, e outras classes de ativos, tais como ações, fundos imobiliários, renda fixa etc.
Lembre-se que cada escolha é uma renúncia.
O que fazer?
O investidor que se encontra perdido no meio desse conflito de opiniões, e influenciado por fatores psicológicos tais como o FOMO, questiona-se constantemente sobre como deve proceder.
Dessa forma, após todas essas considerações, caso o investidor decidisse e quisesse investir em criptomoedas, seria prudente alocar 100% de seu capital nesta classe de ativo? Seria realmente válido, e prudente, apostar todas as suas economias em uma única tese de investimento? Acreditamos que não.
Defendemos a importância de uma carteira diversificada e composta pelas diversas classes de ativos. Popularmente, o velho ensinamento de não colocar todos os ovos na mesma cesta.
Em nossa opinião, o risco da ruína, por uma possível perda permanente de capital, não justificaria um potencial retorno futuro, mesmo que expressivo.
Nesse contexto, em nossa visão, caso o investir decida ter criptomoedas em sua carteira, seria prudente definir um percentual de alocação que não o fizesse perder nenhuma noite de sono, e nem o prejudicasse de forma muito agressiva caso a tese das criptomoedas não vingasse.
É importante lembrar que a volatilidade das criptomoedas é altíssima. Leve isso em consideração ao decidir qual seria o percentual de alocação em sua carteira, no caso de decidir investir nessa classe de ativo. Reforçamos: Priorize ter uma noite tranquila de sono.
Alocação de Capital em Criptomoedas
Defendemos que o investidor mantenha uma carteira diversificada, preferencialmente composta por bons ativos geradores de caixa.
Para aprender a estruturar uma carteira de investimentos diversificada, composta pelas diversas classes de ativos, leia o nosso artigo: O que é Asset Allocation? Como Funciona essa Poderosa Estratégia de Investimentos?
É importante que o investir saiba sempre onde está pisando, e tenha plena ciência do que está fazendo com as suas valiosas economias.
Dessa forma, teses de maior risco, e de grande volatilidade, tais como o investimento em criptomoedas, devem ser acompanhadas de maior prudência e estudo.
Nesse contexto, sugerimos a leitura do livro “A Bíblia do Investimento em Criptomoeda: O Guia Definitivo Sobre Como Investir Em Criptomoedas”, escrito por Alan T. Norman.
O livro é ideal para iniciantes que desejem aprender tudo sobre o mercado de criptomoedas ou para os que já tenham algum conhecimento e queiram se aprimorar neste mercado.
Dessa forma, se o investidor realmente optar por investir nessa classe de ativo, a nossa sugestão é que aloque um pequeno percentual de sua carteira: algo em torno de 2%, no máximo, a “título especulativo”.
Acreditamos que antes de focar em quanto é possível ganhar, o investidor deve se proteger contra o risco da ruína, ou de grandes prejuízos.
Dessa forma, ao alocar um percentual pequeno, de 2% no máximo, por exemplo, em uma classe de ativo especulativa, o investidor estaria se expondo a um cenário convexo, mas de forma segura.
Em um cenário convexo, favorável ao investidor, as eventuais perdas devem ser limitadas, de forma a não prejudicar de forma grave a rentabilidade de sua carteira; e os possíveis ganhos devem ser ilimitados.
Para negociar criptomoedas indicamos a corretora Coinext. Se você abrir a sua conta por meio do nosso link, vai ganhar um crédito no valor R$10,00 após o seu primeiro depósito a partir de R$50,00.
Considerações Finais
A relação entre a Bolha das Tulipas e o surgimento das criptomoedas, especialmente o Bitcoin, é um tema intrigante que nos leva a refletir sobre a natureza humana e o comportamento especulativo ao longo da história.
Embora as criptomoedas apresentem inovações tecnológicas e potencialidades significativas, é fundamental abordar esse mercado com cautela e prudência.
As histórias das bolhas financeiras passadas nos ensinam a importância da diversificação e da análise cuidadosa antes de investir em ativos de alta volatilidade.
No final, cabe a cada investidor tomar suas próprias decisões, considerando seu perfil de risco e objetivos financeiros, sempre lembrando que a busca por ganhos expressivos deve ser acompanhada de uma gestão prudente de seus investimentos.
É isso! Ficamos por aqui. Gostaríamos de saber a sua opinião.
Você acredita que as criptomoedas representam a Bolha das Tulipas da modernidade, ou são um futuro inevitável?
Aproveite e também leia o nosso artigo "Qual a forma mais simples de se investir em Criptomoedas? Passo a Passo para iniciantes".
Você investe em alguma criptomoeda, em qual? Deixe o seu comentário.
Este artigo não se trata de recomendação de compra ou venda de criptomoedas.
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Sago Investimentos
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